O mito de Electra pertence ao ciclo de Tróia. Dentro da Tragédia Grega é a única que preserva as versões dos três grandes poetas da Antiguidade: Ésquilo (dentro de Coéforas), Sófocles e Eurípides. O ponto de partida do texto original e abordado nesta ocasião é a Electra de Sófocles, bem como a Elektra da versão que Hugo von Hoffmansthal fez dela para a ópera de Strauss. Electra é uma das sete tragédias que nos chegaram desde Sófocles e entre elas é reconhecida como a mais perfeita e clara das suas obras em termos de estrutura; por sua vez, a versão Hoffmansthal, aqui apresentada, introduz um final acelerado e vertiginoso. Electra serviu de referência para a escrita de outro grande texto do teatro universal, Hamlet, já que W. Shakespeare partiu da mesma premissa de uma mãe e seu amante que assassinam o pai do protagonista e desencadeiam neste último o desejo de vingança.
O tema central da obra é a espiral de violência (morte-vingança-morte) que se perpetua na casa dos Atridas. A vingança é o principal leitmotiv das diferentes versões da obra, um dos grandes males da humanidade, que dois mil e quinhentos anos depois continua a causar grandes tragédias e calamidades em escalas muito diversas, da doméstica à planetária; e sobretudo uma pergunta ao espectador: “o que você faria nesse caso?” Emoções e questionamentos são os objetivos do teatro e em Elektra são expressos de forma prodigiosa.
Duração: 1 hora e 15 minutos.